FUGAEXPOSIÇÃO REEXPOSIÇÃO TIPOS ESPECIAIS DE FUGA E CONGÊNERES |
Tipos especiais de fuga1. ContrafugaMuitas fugas fazem uso da possibilidade de inversão em diversos pontos em seu decurso. Referimo-nos a uma fuga que sistematicamente faz uso de inversões como fuga em movimento contrário ou contrafuga. Neste caso a resposta aparece, já desde o início, em inversão, e assim reaparece ao longo da peça. Ex. xxx BRAHMS: Fuga em A Bemol menor para órgão 2. Fuga duplaa) Fugas baseadas em dois sujeitos que, em algum ponto, apareçam simultaneamente são chamadas de fugas duplas. Há dois tipos. Num tipo ordinário dessas fugas, os dois sujeitos aparecem associados ao longo da fuga, aparecendo juntos desde o início, assim como um sujeito qualquer e seu contra-sujeito. Bach não era muito partidário deste tipo de fuga dupla, mas uma de suas composições mais famosas, a Passacaglia [órgão], inclui uma em sua parte final. Este tipo foi bastante usado durante o século XVIII por compositores italianos e também por Haydn e Mozart. O Kyrie da Missa de Requiem em D menor é um exemplo bem conhecido. Os dois sujeitos são bem contrastantes em caráter e raramente entram exatamente juntos. O tema que entra primeiro é chamado sujeito I; o outro, sujeito II. Ex. xxx MOZART: Fantasia para órgão mecânico, K. 608 b) O outro tipo de fuga dupla apresenta o primeiro sujeito sozinho, antes de combiná-lo com o outro sujeito, numa segunda aparição. Assim a primeira seção é uma pequena fuga sobre o 1 o sujeito, com uma ou mais exposições e episódios. Então, a fuga que se segue sobre o sujeito II pode combinar os dois sujeitos, também. Ou, esta segunda seção pode ser inteiramente baseada no sujeito II e, depois, aparecer uma terceira seção onde esses dois sujeitos seriam combinados. Este tipo maior de fuga dupla é encontrado em certos predecessores e contemporâneos de J. S. Bach, como Luigi Batiferri e Gottlieb Muffat. Outros exemplos são: Schumann, Op. 60, n o 6; Reger, Op. 85, n o 4; algumas fugas duplas desse tipo de Bach são: n os 14 e 18 do vol II do Cravo Bem Temperado; a Toccata e fuga em Fá maior, para órgão; a primeira parte do Confiteor da Missa em B menor; a "fugueta" Allein Gott in der Höh' é um caso interessante em miniatura. 3. Fuga tripla
Sabemos que Beethoven usa uma fuga tripla na seção do desenvolvimento do I movimento de sua
Nona Sinfonia; usa também na 2a parte do Scherzo de seu Quarteto
op. 18, n. 4. Ambos ilustram o uso de procedimentos fugais em movimentos de forma sonata.
Fugas triplas em movimentos inteiros são dificilmente encontradas. Limitamo-nos a descrever,
assim, alguns casos específicos. Ex. xxx BACH: CBT, Prelúdio n o 19 4. Fuga-concerto
Este termo é aplicado a um fuga na qual os episódios (ou algum deles) deixam de ser
contrapontísticos e usam material decorativo ou de bravura. Geralmente tais fugas fazem parte de obras maiores (sonatas, fantasias, variações etc.). Raramente são peças isoladas. (Kennan, p. 243) 5. Fugueta, fugato e estilo fugado
A fugueta é uma pequena fuga. Em geral, sua exposição consta das entradas puramente
indispensáveis, e o seu desenvolvimento é pouco importante. 6. Fuga escolásticaÉ um modelo sintético, criado por pedagogos para a prática escolar. Seu plano é, de fato, bastante artificial, mas pode ajudar aos iniciantes a seguir um plano determinado, reduzindo a sensação de "falta de direção" na prática composicional; entrementes, apenas algumas fugas na literatura musical correspondem a este plano. Para maiores informações sobre a fuga escolástica, ver, entre outros, o Traité de la Fugue de Gedalge. 7. Fuga X Invenção
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