Nota-se que esses dois períodos começam pela fração leve: podemos, portanto, reduzir-lhes, aos dois esquemas rítmicos seguintes:
Os respectivos lugares dos tempos leves e pesados são idênticos na grande maioria das melodias;
também, Hugo Riemann formulou de maneira absoluta esta regra de acentuação, que não comporta
exceção:
"Não há melodia que comece num tempo pesado."
Complementarmente a esta regra podemos dizer:
"Toda melodia começa por uma anacruse, expressa ou subentendida."
Chama-se anacruse a preparação do acento: de fato, o primeiro grupo de uma melodia começa
o mais das vezes por uma ou mais notas acesssórias, formando um tipo de "entrando em campo". Se o
grupo é masculino, essas notas tem o efeito de preparar imediatamente o primeiro acento tônico e
constituem uma anacruse.
Se o grupo é feminino, a preparação do primeiro acento é feita por toda a fração leve do grupo;
neste caso, as notas acesssórias do começo (ou, se quisermos, a "entrada em campo"), tendo como
efeito alongar esta fração leve (ou anacruse), contribuem para o reforço do acento tônico; assim
este será tão mais marcado que a queda sobre a fração pesada terá se retardado a acontecer.
Mas esta anacruse expressa1 [como a conhecemos, correntemente] pode ser, às vezes,
subentendida ou elidida, como no exemplo a) aqui acima. Neste último caso, e em quase
todos desse gênero, o segundo grupo do período dá a indicação do que poderia ter sido a anacruse
elidida do primeiro grupo.
Assim, voltando ao exemplo a) do Quinteto, op. 16, o
segundo grupo:
deve ser considerado como derivado do grupo inicial:
cujas duas primeiras notas (lá, si bemol) foram elididos e substituídos por uma simples respiração: