Período duplo


Exemplo
MENDELSSOHN: Canção sem Palavras


Este exemplo ilustra um período simétrico no qual tanto o antecedente quanto o conseqüente extenderam-se em duas frases. Desde que cada parte componente deste período simétrico consiste de duas frases, referimo-nos então a ele como sendo um duplo período. Da mesma forma, ocasionalmente podemos encontrar períodos triplos (três frases no antecedente e três no conseqüente) e mesmo períodos quádruplos.
A comparação do presente exemplo com Cradle Song, de Brahms, mostrará a diferença essencial entre um período duplo e dois períodos simétricos, de duas frases cada. No Fausto, Ato I, de Gounod, a 2a. frase termina com uma cadência mais fraca do que a da 4a. frase. As quatro frases compreendem um período duplo porque as duas últimas frases (o conseqüente) completam um movimento harmônico deixado incompleto pelas duas primeiras frases (o antecedente). No referido exemplo de Brahms, por outro lado, a cadência da 2a. frase tem a mesma força daquela da 4a. O movimento harmônico completa-se nas duas primeiras frases; as outras duas constituem um segundo movimento harmônico.
Obs.: o fato desse segundo período parecer mais conclusivo que o primeiro pode ser atribuído a (1) o efeito da harmonia de subdominante no segundo período e (2) a descida da linha vocal da tônica aguda para a grave.