Notícias biográficas dos autores citados

Bach, Johann Heinrich (1615-1692) Foi stadtsmusikant em Schweinfurt a partir de 1629 e em Erfurt a partir de 1635. Compôs corais, motetos, concertos, prelúdios e fugas. É dele um concerto vocal Ich danke dir, Gott, para 5 vozes, cordas e contínuo.
Bach, Johann Sebastian (1685-1750) Membro de uma importante família de músicos da Turíngia. Após a morte do pai, Johann Ambrosius, foi educado por seu irmão mais velho, Johann Christoph, aluno de Pachelbel. Aprendeu simultaneamente violino, cravo e órgão. Foi cantor nas igrejas de Ohrdruf e São Miguel, em Lüneburg. Assumiu o posto de organista em Arnstadt, depois em Mühlhausen. De 1708 a 1717 foi Kammermusicus e organista na corte de Weimar, onde compôs abundantemente. Mudou-se para Cöthen, ficando até 1723. Daí vai a Leipzig, assumindo o posto deixado por Kuhnau, e recusado por Telemann, encarregando-se de inúmeras responsabilidades. Aqui terá muitos contratempos, e comporá a maior parte de suas cantatas. Empreendeu curtas viagens, e foi recebido pelo Rei Frederico em Potsdam, dedicatário da Oferenda Musical. A obra musical de Bach perspassa praticamente todos os gêneros musicais. Sua linguagem foi, possivelmente, a mais importante síntese entre polifonia e harmonia, e influenciou toda a música depois dele. A Bachgesellschaft publicou a integral de sua obra, que consiste de paixões, oratórios, missas, magnificats, 3 ciclos de cantatas (mais de 200), cantatas profanas, inúmeras composições para órgão (mais de 140 corais, prelúdios e fugas, toccatas etc.), cravo, concertos para diversos instrumentos, suítes orquestrais e para instrumento solo, a abstrata Kunst der fuge etc. Sintetizou de forma inigualável os estilos francês, italiano e germânico, e fez do coral luterano a matéria prima de sua música, exprindo assim a força e expressividade de sua fé.
Bach, Wilhelm Friedemann (1710-1784) Segundo filho de J. S. Bach e Maria Barbara (o mais velho dos meninos), considerado pelo pai o mais talentoso dos filhos, e para quem compôs grande quantidade de peças "didáticas". Foi organista em Dresden e Kantor em Halle, e teve grandes conjuntos à sua disposição. Compôs mais de 20 cantatas, sinfonias, diversas peças para órgão e cravo, e mais de 10 concertos.
Böhm, Georg (1661-1733) Organista em Lüneburg, de 1698 até a sua morte. Recebeu algum treinamento
musical de membros da família Bach, como Heinrich, de Arnstadt e Johann Christian, de Erfurt. Sabe-se que suas obras exerceram alguma influência
sobre o jovem J. S. Bach, principalmente na escrita de corais e partitas.
Buttstett, Johann Heinrich (1666-1727) Compositor e teórico, foi organista em Erfurt. Aos doze anos começou a estudar com Johann Pachelbel, a quem substituiu a partir de 1691, quando foi apontado como o principal organista da cidade. Em 1693 recebeu o título de Ratsorganist, iniciando uma carreira de concertos, compondo e apresentando sua própria produção vocal e instrumental. Como Pachelbel, atraiu muitos alunos, entre os quais Johann Gottfried Walther.
Buxtehude, Dietrich (1637-1707) Ilustre organista. Foi aluno de seu pai, Hans Jensen Buxtehude, o qual foi organista em Elseneur por trinta e dois anos. Em 1668 assume o órgão da MarienKirche, sucedendo a Franz Tunder, em Lübeck, conservando-se aí até sua morte. Em 1673, já com grande reputação, criou as célebres Abendmusik, uma série de concertos espirituais após o ofício do meio-dia durante os cinco domingos que precedem o Natal. Tal tradição persistiu até o séc. XIX. Foi o prestígio destes concertos que atraiu o jovem Bach, até Lübeck, empreitando a sua peregrinação a pé, saindo de Arnstadt.
Finck, Hermann (1527-1558) Teórico, compositor, professor e organista alemão, era sobrinho-neto do compositor Heinrich Finck, com cujas composições as suas são confundidas. Ingressou na capela de Ferdinand I da Hungria e Boêmia. Foi apontado organista em Wittenberg em 1557. É autor do tratado Practica musica, onde demonstra preocupar-se com a música de seu tempo (performance instrumental e vocal, escrita musical) e com a história, assim como com as origens mitológicas da música.
Fischer, Michael Gottard (1773-1829) Compositor e organista alemão. Após estudar órgão e contraponto com J.C. Kittel (um aluno de J. S. Bach) em Erfurt, tornou-se sucessor de J.W. Hässler. Desenvolveu um tipo curto, mas altamente expressivo, de prelúdio-coral (1820/21). Escreveu concertos e música de câmera. Sua fusão entre a escrita acórdica e o desenvolvimento de linhas melódicas livres influenciou diversos alunos, entre os quais Ritter (1811-1885).
Greiter, Matthias (c. 1494-1550) Compositor e Kantor alemão. Matriculou-se na Universidade de Freiburg, em Breisgau, em 1510, e provavelmente praticava música no círculo em torno do professor Ulrich Zasius. No mais tardar, em 1522, encontrava-se em Strasburg como Vorsänger (Cantor praebendarius), na Cathedral. Lá, o organista de St Thomas, Wolfgang Dachstein, encorajou-o a abraçar o protestantismo. Continuou aí, como o primeiro Kantor protestante, compondo e adaptando novas melodias, que apareceram nos Teutsch Kirchenampt (1524) e Psalmen, Gebett und Kirchenübung (1525). Suas canções estão entre as mais celebradas do Protestantismo, e Calvino usou largamente suas composições.
Hanff, Johann Nicolaus (1665-1711/12) Compositor e organista alemão, ativo em Lübeck, e, em 1711, em Schleswig. Com ele estudou Matheson teclado e composição. De suas obras, sobreviveram três cantatas e seis prelúdios-corais, os quais foram copiados por J. Walther. Seu estilo, em geral, aproxima-se do dos mestres germânicos do norte, especialmente Buxtehude.
Hassler, Hans Leo (1564-1612) Após sua educação em Nuremberg, foi um dos primeiros de uma longa linhagem de músicos alemães a estudar na Itália e disseminar o idioma musical italiano na Alemanha. Além de compor um sem número de canzonettas, missas, motetos e lieder, foi ativo como organista e consultor em organaria.
Homilius, Gottfried August (1714-1785) Filho de um pastor luterano, foi provavelmente aluno de órgão de J.G. Stübner, em Dresden. Anos depois foi estudar Direito em Leipzig, onde provavelmente tornou-se aluno de J. S. Bach. Sua obra compõe-se de inúmeras peças para órgão, cerca de 60 motetos, mais de 200 cantatas sacras, oratórios, paixões e Magnificats. Foi considerado um dos maiores músicos de seu tempo.
Karg-Elert, Siegfried (1877-1933) Compositor e instrumentista alemão. Já em 1889 era ativo numa paróquia de Leipzig, onde tocava oboé, órgão e harmônio. Este instrumento lhe chamou a atenção, e escreveu muito para o mesmo. Recebeu incentivos de Grieg. A partir de 1924 dava recitals de harmônio num programa de rádio, a partir de sua própria casa. Compôs principalmente para harmônio, órgão e piano, mas também uma sinfonia, um concerto, alguma música de câmara e muita música vocal.
Krebs, Johann Ludwig (1713-1780) Nascido em uma família de músicos, recebeu as primeiras lições de seu pai. Em 1726 entrou para a Thomasschule, em Leipzig, onde também aprendeu violino, alaúde e composição. Como aluno de Bach, foi muitas vezes requisitado ao cravo. Após candidatar-se a organista do príncipe Friedrich de Gotha-Altenburg (e uma recomendação salarial de Georg Benda, um de seus examinadores), encontrou condições favoráveis à criação musical. Foi autor de inúmeras peças para teclado, música de câmara, missas etc.
Krieger, Johann (1652-1735) Provável aluno de Heinrich Schwemmer, em cujo coro cantava. Entre 1661 e 1668 foi aluno de teclado de G. C. Wecker (um dos alunos de J. Pachelbel). Em 1678 foi apontado Kapellmeister do Conde Heinrich I, perto de Greiz, e, anos depois, do Duque Christian de Eisenberg. Foi organista e director chori musici em Zittau, cargo que ocupou por 53 anos. Compôs inúmeras peças para órgão, mais de 230 peças para vozes e acompanhamento - cantatas, motetos, canções, missas (nem todas sobreviveram), diversos singspielen etc.
Lohet, Simon (c.1550-1611) Organista e compositor flamengo, oriundo de Liége, ativo na Alemanha. Trabalhou na corte de Würtemburg, Stutgart. Treinou muitos músicos, inclusive G. Stammler e Adam Steigleder. São conhecidas algumas peças suas em estilo imitativo, típico do sul da Alemanha da época.
Lutero (1483-1546) Martin Luther teve contato mais intenso com a música a partir de seu ingresso na ordem monástica dos agostinianos (1505), e através de suas posteriores viagens a Roma. Parece que teve contato com Josquin des Prés e Ludwig Senfl. Tinha uma bela voz de tenor, tocava flauta e alaúde. A sua hinodia congregacional vernacular teve importante papel no Luteranismo, o que começou a compor e arranjar em 1523/24. Sua teologia da música e visão da música como fator educacional e religioso foi de importância marcante no desenvolvimento da música e cultura alemãs.
Pachelbel, Johann (1653-1706) Organista e compositor, recebeu as primeiras lições de música de Heinrich Schwemmer, quem lhe ensinou os rudimentos da música, e G. C. Wecker, ensinando-lhe composição e execução instrumental. Mais tarde foi aluno e assistente de J. Caspar Kerll em Viena. De 1695 até a morte ocupou o órgão em St. Sebaldus, em Nuremberg. Seus admiráveis corais exerceram profunda influência sobre J. S. Bach.
Praetorius, Michael (1571-1621) Organista, compositor e teórico, filho de um pastor luterano. Após ter sido Kapellmeister em Lüneburg, tornou-se organista, Kapellmeister e secretário do Duque Heinrich Julius Brunswick. Além de ter sido um incansável compositor, adquiriu celebridade com o seu Syntagma musicum, uma imensa enciclopédia musical. Compôs mais de 1244 motetos (16 volumes de Musae sioniae, 15 volumes de Polyhimnia, 9 volumes de Musa Aonia (profanos), além de outras canções diversas e peças instrumentais.
Ritter, August Gottfried (1811-1885) Oriundo de Erfurt, foi aluno de Michael Gottard Fischer; estudou também com Hummel e A. W. Bach. Em 1847 tornou-se organista em Magdeburg. Foi conhecido como improvisador, e sobretudo como conhecedor do "repertório histórico" para órgão, tendo publicado dois volumes de peças "de Gabrielli a Kuhnau".
Rupsch (Rupff), Conrad (c.14795-1530) Músico alemão. Tornou-se padre em 1505. Provavelmente foi diretor de música da capela do rei Cristiano II da Dinamarca. Esteve com Lutero em 1525 em Wittenberg. Sua atividade musical parece restringir-se ao âmbito da compilação de coleções de música coral para a igreja reformada.
Scheidemann, Heinrich (c.1595-1663) Compositor e professor alemão, um dos fundadores da escola germânica e principais organistas de seu tempo. Filho de David Scheidemann, também organista, sucedeu a este anos mais tarde, em Hamburgo. Estudou em Amsterdam com J. P. Sweelinck. Tornou-se bastante estimado como executante e professor (um de seus alunos foi Reincken, e exerceu influência sobre a obra de Weckmann. Compôs abundantemente para teclado, além de inúmeros motetos vocais.
Scheidt, Samuel (1587-1654) Um dos fundadores da escola organística alemã. Foi aluno de Sweelinck, em Amsterdam. Combinou o contraponto tradicional com o novo estilo de concerto italiano. Compôs 39 Cantiones sacrae a 8 vozes, 4 livros deGeistliche Concerten, 3 livros de Tabulatura nova, com peças para órgão, um Tabulaturbuch (100 prelúdios-corais) etc.
Senfl, Ludwig (1488-1543) Nascido em Zurich, foi, ainda jovem, membro da capela do Imperador Maximiliano I. Tornou-se aluno de Heinrich Isaak, a quem sucedeu posteriormente. Entre 1519-20 prepara a primeira antologia alemã de motetos. Em 1520 encontra-se em Augsburg, onde foi recebido pelo Imperador Carlos V. A partir de 1523 passa a trabalhar na capela do Duque Guilherme da Bavária. A obra de Senfl é a que representa mais acentuadamente a transição do estilo medieval germânico tardio para os inícios do contraponto reformista. Deixou diversas missas, motetos, mais de 100 lieder polifônicos etc.
Steigleder, Johann Ulrich (1593-1635) Seu pai, Adam, era também organista, e foi o seu único professor. Tornou -se organista abacial em Stutgart em 1617, e também ducal a partir de 1627. O ano de 1624 torna-se um marco para a música de teclado alemã, quando são publicadas em Stutgart as Tabulatura nova, de Scheidt, e Ricercar tabulatura, de Steigleder, abandonando as letras e adotando a pauta de cinco linhas. Este tomou também a iniciativa de imprimir música com tipos de cobre (feitos por ele mesmo), como também foi o primeiro a substituir a antiga nomenclatura (primi toni etc.) pelos nomes das modernas tonalidades.
Stephan, Johann (1560-1616) Encorajado por seu pai, iniciou-se na música com Hans Scherer, um organeiro de Holstein. Depois estudou com Jost Funcke, em Lüneburg, a quem sucedeu. Compôs motetos, madrigais e música para órgão.
Sweelinck, Jan Pieterszoon (1562-1621) Organista, professor e compositor holandês, foi aluno de seu pai, a quem sucedeu na Oude Kerk. Sempre viveu em Amsterdam, e foi conhecido em toda a Europa. Seus manuscritos foram encontrados na Inglaterra, Alemanha, França, Suécia, Itália, Hungria etc. Sua música vocal sintetiza todas as tendências conhecidas no séc. XVI, mas tornou-se famoso pela sua obra organística, a qual revela influências dos virginalistas ingleses. Como professor, influenciou toda uma geração de organistas da Alemanha do Norte, como Siefert, Schildt, Scheidt, Scheidemann, Jacob Praetorius e tantos outros. Escreveu mais de 254 peças vocais, mais de 70 peças para órgão.
Telemann, Georg Philip (1681-1767) Compositor alemão, dos mais prolíficos. Inovador, é considerado um dos mais importantes elos entre o barroco tardio e o classicismo. Contribuiu significantemente para a divulgação de concertos na Alemanha, assim como atuou nos campos da publicação, educação musical e teoria. Após duas semanas de aulas de canto e teclado, aprendeu sozinho flauta, cítara e violino. Proibido de estudar música, por sua mãe, estudou composição pelos manuscritos de seu instrutor. Anos depois, na Universidade de Leipzig, fundou um Collegium musicum com 40 membros. Posteriormente torna-se ativo em Frankfurt, e ocupa diversas funções de Kapellmeister. Sua obra atinge um número inimaginável de composições: 12 séries completas de serviços musicais para todos os domingos litúrgicos do ano; 44 paixões; 111 serviços musicais para diferente ocasiões; numerosos oratórios; mais de 1000 cantatas diversas; 40 óperas; inúmeras peças instrumentais, entre as quais 600 ouvertures françaises.
Vetter, Nicolaus (1666-1734) Organista e compositor alemão. Foi aluno de G. K. Wecker em Nuremberg, e depois, de J. Pachelbel, de quem mais sofreu influência e a quem sucedeu em Erfurt. Mudou-se posteriormente para Rudolstadt, onde tornou-se organista do castelo. Compôs principalmente para órgão.
Walther, Johann (1496-1570) Compositor e poeta alemão, foi educado provavelmente como menino de coro. Entre 1521 e 1525, cantava como baixo na Hofkapelle do Eleitor da Saxonia. Neste ano entrou em contato com Lutero, e mais tarde iria organizar o Geystliches gesangk Buchleyn, uma das primeiras publicações de corais protestantes. Em 1531, após tornar-se vigário, passou a instruir os meninos cantores em Torgau, e organizar a música vocal na paróquia. É considerado o mestre da música e poesia do hinário germânico.
Walther, Johann Gottfried (1684-1748) Organista, compositor, teórico e enciclopedista alemão. Foi aluno de Johann Bernhard Bach, e depois de Johann Andreas Kretschmar. Foi aluno de canto de David Adlung. Em 1702 foi apontado organista em Erfurt. Estudou as obras teóricas de Werckmeister, Fludd e Kircher, e por pouco tempo estudou composição com Buttstet. Em 1706 foi a Nuremberg estudar com Wilhelm Hieronymus, filho de Pachelbel. Em 1707 foi indicado organista em Weimar, ficando aí até sua morte. Encontrou J. S. Bach, seu primo, em 1708. Escreveu muita música sacra vocal e organística, assim como o Musicalisches Lexicon, um grande dicionário de músicos e termos musicais.
Zachow, Friedrich William (1663-1712) Organista e compositor alemão. Lembrado como professor de Handel, mas também autor de diversas cantatas e música organística. Em Eilenburg, foi provavelmente aluno do organista e poeta Johann Hildebrand. Em 1684 foi apontado organista em Halle, onde ficou até a morte. Também regia concertos, e tornou-se um eminente professor. Entre seus alunos estavam Gottfried Kirchhoff, J. G. Krieger e J. G. Ziegler. Compôs mais de 70 obras vocais, entre cantatas, missas, árias etc. Em sua obra organística, destaca-se a originalidade dos corais; com suas Choralfugen firma-se como um precursor de J. S. Bach.