Após os acordes formados de duas terças superpostas (acordes perfeitos, quinta diminuta,
quinta aumentada) vêm, então, aqueles formados por três terças. Exemplos:
A eles chamamos acordes de sétimas.
Obs.: note as respectivas sétimas, si bemol e mi, marcadas pelas setas.
Durante muito tempo o uso foi de preparar as sétimas. Eis em que consiste a preparação. Dado um acorde, diz-se que uma dissonância está preparada quando esta se encontra na mesma voz e na mesma oitava do acorde que a precede:
Não há preparação regular nos seguintes casos:
(Em (B), o sol no soprano é preparado pelo contralto, mas nas lições de harmonia isso não é permitido, ao menos nos inícios.)
O efeito de uma sétima preparada (A) por ligadura, como se acaba de ver, é certamente
mais suave que o de uma sétima atacada (D), (C) ou mesmo (B). Por outro lado,
o intervalo de sétima é por si mesmo mais áspero, mais incisivo, que o de quinta ou de terça; e
ainda, na história da harmonia, os intervalos que primeiro apareceram foram os de terça, quarta e
quinta1. Escrevia-se as 7as, 2as, e 9as preparadas por síncope (não faço o histórico,
sobre o que retornarei no último capítulo). Assim, admite-se sem preparação a sétima de dominante,
a sétima diminuta e suas inversões2, quer dizer:
E, de tempos em tempos, diversas sétimas de espécies diferentes.
Mas hoje, é comum que não se prepare mais as sétimas. - Freqüentemente faz-se intencionalmente
não lhes preparar - e elas são, então, um elemento incisivo cujos recursos muito se aprecia.
No que concerne às lições de harmonia, eu aconselharia aos alunos, no entanto, de seguir a marcha
e as regras dos tratados já existentes (sempre pelas mesmas razões já expostas, o que é inútil
repetir toda hora). Admitiremos neste tratado, portanto, como nos precedentes3, que se
poderá não preparar as sétimas de dominante, mas que será necessário, no momento, preparar as
outras.4 Ademais, as preparações e os retardos tem um sabor particular, que não
necessariamente as apojaturas e as notas de passagem o transmitem. É bom apreciá-las e saber
usá-las. Temos aí, então, um estilo sereno, cuja tranqüilidade, aliás, pode-se fazer muito
expressiva...