Exemplo
BRAHMS: Wie Melodien zieht es mir
A seção final da canção de Brahms Wie Melodien zieht es mir, Op. 105, No. 1, é feita de
três frases que, devido à mínima semelhança motívica, podem ser consideradas virtualmente
dissimilares. Sendo dissimilares, não podem ser pensadas como um grupo de frases. Um
exame na estrutura tonal revelará se são uma cadeia de frases ou um período. Se a frase final
completa um movimento harmônico deixado incompleto pelas frases anteriores, então a passagem é
um período.
A frase 1 move-se do I, através do IV, até a cadência imperfeita bII6 - I.
A frase 2 progride do I até uma cadência autêntica imperfeita em bVI. A frase 3 conduz, através
do bII (preparado pelo bII6 da frase 1), de volta ao I, onde termina com
uma cadência autêntica perfeita. O movimento harmônico essencial de todo o excerto pode ser
sumarizado como :
As três frases do período exibem uma série de harmonias que estabiliza o I, move para o bVI e
bII, e então retorna ao I com uma cadência autêntica perfeita [CAP]: um movimento harmônico
completo expresso sucintamente como I - bVI - bII - ii6 -
V7 - I. É esta completude, esta "rodada" pela estrutura tonal, que cria a
mais significante relação entre as três frases deste período.
Um reexame dos exemplos referentes ao grupo e à cadeia de frases não revelará tal completude na
frase final do movimento harmônico iniciado pelas respectivas frases anteriores. Pelo contrário,
em cada um daqueles exemplos a frase final termina numa meia cadência.